O Transtorno do Espectro Autista não é um transtorno degenerativo, ou seja, o autismo não tira da pessoa autista a capacidade de aprendizado e compensação ao longo da vida. Os dados específicos sobre adultos no espectro, entretanto, estão em constante descoberta à medida que o diagnóstico se torna mais acessível à população.
O texto revisado do DSM-5 foi publicado em 2022 e informa que o transtorno do espectro autista é frequentemente associado com transtorno do desenvolvimento intelectual e transtorno da linguagem (i. e., incapacidade de compreender e construir frases gramaticalmente corretas). Dificuldades específicas de aprendizagem (leitura, escrita e aritmética) são comuns, assim como o transtorno do desenvolvimento da coordenação.
Comorbidades psiquiátricas também ocorrem no transtorno do espectro autista. Cerca de 70% das pessoas com transtorno o transtorno podem ter um transtorno mental comórbido, e 40% podem ter dois ou mais transtornos mentais comórbidos. Transtornos de ansiedade, depressão e TDAH são especialmente comuns. Transtorno alimentar restritivo/evitativo é uma característica que se apresenta com bastante frequência no autismo, e preferências alimentares extremas e reduzidas podem persistir.
Uma avaliação para ansiedade ou depressão é válida quando sinais observáveis como mudanças no sono ou na alimentação e aumento no comportamento desafiante são apresentados pelo autista. Autistas podem não comunicar adequadamente sintomas referentes à saúde mental, assim como dores ou desconfortos decorrente de problemas médicos ou dentais não diagnosticados. Condições médicas normalmente associadas ao transtorno do espectro autista incluem epilepsia e constipação.
- Para saber mais: Experiências de vida adulta no transtorno do espectro autista
- Artigo de revisão: Comorbidades psiquiátricas no Transtorno do Espectro Autista (PDF)
A importância da compreensão das comorbidades no autismo
Nem tudo é sobre o autismo, mas sobre como a pessoa autista percebe seus próprios sintomas e consegue se comunicar para o melhor cuidado. O estudo adequado das comorbidades no TEA, em primeiro lugar, possui implicação direta no correto diagnóstico do autismo – tanto para melhor descrever o suporte necessário do indivíduo diagnosticado, quanto para corroborar ou invalidar o diagnóstico de autismo.
O estudos das comorbidades também pode impor limitações e oportunidades terapêuticas, assim como prover pistas para o entendimento dos mecanismos fisiopatológicos do espectro autista.
Os impactos das comorbidades psiquiátricas no autismo, entretanto, podem provocar também o atraso diagnóstico devido às exarcebações dos sintomas psiquiátricos, sobretudo na população adulta, provocando piores habilidades adaptativas, assim como um desfecho negativo no cuidado a longo prazo do transtorno do espectro autista.
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